Apenas duas aldeias ainda têm pessoas no distrito de Palma, norte da província de Cabo Delgado. Trata-se das aldeias de Quitunda (de Reassentamento) e de Maganja. Ambas se localizam nas proximidades do Projecto Mozambique LNG (liderado pela petroquímica francesa Total), o actual bastião das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
As duas aldeias, apurou “Carta”, servem, neste momento, de locais de refúgio e/ou de passagem de pessoas provenientes da vila-sede de Palma ou das aldeias circunvizinhas, cujo destino é a cidade de Pemba ou que, na pior das hipóteses, não têm dinheiro para chegar à capital provincial de Cabo Delgado.
À “Carta”, os deslocados contam que o trajecto entre as aldeias de Quitunda e Maganja (esta última costeira e ponto de embarque) é altamente vigiado pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), pelo que só é feito mediante a autorização dos militares. Quem tenta caminhar de uma aldeia para outra é torturado ou assassinado com a alegacão de ser membro do grupo terrorista. O transporte, dizem as fontes, custa 500 Meticais.
Refira-se que desde o ataque terrorista à vila-sede de Palma ocorrido no passado dia 24 de Março, as pessoas têm abandonado aquele distrito diariamente com destino à cidade de Pemba ou à República Unida da Tanzânia, de onde são repatriados para a fronteira de Negomano, no distrito de Mueda.
Aliás, na passada segunda-feira, dezenas de pessoas desembarcaram na cidade de Pemba, fugindo dos ataques terroristas no distrito de Palma. (Carta)
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